Uma vez, um velho marinheiro contou-me uma história que me fez rever a forma pela qual eu enxergava a realidade...
Ele disse que um dia foi incumbido da mais triste e feliz tarefa que já realizou. Isto, por um amigo. Este amigo há muitos anos estava impossibilitado de entrar, ver ou chegar perto de sua própria casa. Motivo: sua casa ficava em um país cujo regime político proibia a presença de opositores. Este amigo, um opositor... Proibido de pisar em seu próprio país, em seu próprio lar...
Segue o velho marinheiro: minha tarefa era, ao desembarcar neste país, ir até a casa deste meu amigo e tirar uma foto desta. Detalhe: escondido. Máquinas fotográficas eram proibidas...
Com alguma sorte e esforço a tarefa foi cumprida, logrou êxito. Mas o emocionante nessa história não é seu meio e sim seu desfecho...
Ao encontrar seu amigo, o velho marinheiro mostrou-lhe a foto. Qual foi a surpresa quando aquele caiu em lágrimas, num choro de vida e morte, de alegria e tristeza.
Esta história é real. O país em questão era um país africano, então governado por um regime totalitário e comunista. O Velho marujo, ainda vivo, é João Batista Costa, 57 anos, morador da Zona Norte – Natal.
Embora as teorias científicas expliquem a evolução e destino da realidade – leia-se humanidade – elas só explicam parte de tudo o que merece ser explicado. As teorias políticas, teológicas e ditas científicas, de esquerda ou direita, menos ou mais explicativas, servem a um único propósito: o controle social. As ideologias, a consciência de classe, as verdades absolutas servem a um mesmo propósito, camuflam uma única e mesma luta: a luta pelo poder. O mundo, em todos os seus aspectos, é muito, é infinitamente mais rico do que uma teoria explicativa cujo substrato ideológico serve como desculpa para atos de guerra e de crime. Manifesto, por meio deste texto, meu total repúdio pelas ideologias e pelas teorias políticas cuja maior intenção é o domínio, por parte daqueles que as professem, da realidade.
O nazismo, o fascismo, Stalin e Mao Tsé-Tung são exemplos de que o ser humano é capaz de cometer crimes, de praticar meios tortos, por um fim que não o obriga pensar, por uma desculpa ideológica calcada numa pseudo-teoria científica.
Tal forma de apreender a realidade tem dois erros crassos: primeiro, enxerga uma só possibilidade em tudo, isto é, acredita em ‘verdade absoluta’; segundo, desobriga o ser humano a pensar ou considerar, racional ou sensitivamente, princípios universais, como a justiça, a verdade, o amor e o bem.
Considero, finalmente, a possibilidade de um mundo em que a paz e o bem não sejam buscados mediante a guerra e o mal.
Para pensar: como é possível conseguir o fim das classes sociais mediante a luta ou a guerra entre elas. Resquícios de guerra, já provou a História, nunca atingem a paz, mas tão somente outra guerra. Não imagino ser possível a paz pela guerra, o bem pelo mal. O problema é que ainda há sinais de que se pense assim...
Ele disse que um dia foi incumbido da mais triste e feliz tarefa que já realizou. Isto, por um amigo. Este amigo há muitos anos estava impossibilitado de entrar, ver ou chegar perto de sua própria casa. Motivo: sua casa ficava em um país cujo regime político proibia a presença de opositores. Este amigo, um opositor... Proibido de pisar em seu próprio país, em seu próprio lar...
Segue o velho marinheiro: minha tarefa era, ao desembarcar neste país, ir até a casa deste meu amigo e tirar uma foto desta. Detalhe: escondido. Máquinas fotográficas eram proibidas...
Com alguma sorte e esforço a tarefa foi cumprida, logrou êxito. Mas o emocionante nessa história não é seu meio e sim seu desfecho...
Ao encontrar seu amigo, o velho marinheiro mostrou-lhe a foto. Qual foi a surpresa quando aquele caiu em lágrimas, num choro de vida e morte, de alegria e tristeza.
Esta história é real. O país em questão era um país africano, então governado por um regime totalitário e comunista. O Velho marujo, ainda vivo, é João Batista Costa, 57 anos, morador da Zona Norte – Natal.
Embora as teorias científicas expliquem a evolução e destino da realidade – leia-se humanidade – elas só explicam parte de tudo o que merece ser explicado. As teorias políticas, teológicas e ditas científicas, de esquerda ou direita, menos ou mais explicativas, servem a um único propósito: o controle social. As ideologias, a consciência de classe, as verdades absolutas servem a um mesmo propósito, camuflam uma única e mesma luta: a luta pelo poder. O mundo, em todos os seus aspectos, é muito, é infinitamente mais rico do que uma teoria explicativa cujo substrato ideológico serve como desculpa para atos de guerra e de crime. Manifesto, por meio deste texto, meu total repúdio pelas ideologias e pelas teorias políticas cuja maior intenção é o domínio, por parte daqueles que as professem, da realidade.
O nazismo, o fascismo, Stalin e Mao Tsé-Tung são exemplos de que o ser humano é capaz de cometer crimes, de praticar meios tortos, por um fim que não o obriga pensar, por uma desculpa ideológica calcada numa pseudo-teoria científica.
Tal forma de apreender a realidade tem dois erros crassos: primeiro, enxerga uma só possibilidade em tudo, isto é, acredita em ‘verdade absoluta’; segundo, desobriga o ser humano a pensar ou considerar, racional ou sensitivamente, princípios universais, como a justiça, a verdade, o amor e o bem.
Considero, finalmente, a possibilidade de um mundo em que a paz e o bem não sejam buscados mediante a guerra e o mal.
Para pensar: como é possível conseguir o fim das classes sociais mediante a luta ou a guerra entre elas. Resquícios de guerra, já provou a História, nunca atingem a paz, mas tão somente outra guerra. Não imagino ser possível a paz pela guerra, o bem pelo mal. O problema é que ainda há sinais de que se pense assim...
Um comentário:
Observação: embora postado em 2010, este texto foi escrito em 2008. O "Seu Costa", senhor que me contou a história, possui uma carta de seu amigo de Moçambique pedindo-lhe ajuda (comida e roupa), que foi atentida quando ele, marujo, desembarcou no pobre país há aluguns já muitos anos atrás.
Daniel Figueiredo
Postar um comentário