Quase nunca na história deste país, o povo brasileiro se emocionou tanto e foi tão solidário a uma catástrofe (natural?).
A natureza está de volta com uma nova e arrepiante surpresa. Uma enchente aqui, um tornado ali, uma tsunami acolá, e assim vamos percebendo o quanto ainda somos vulneráveis às suas vontades.
Santa Catarina pediu ajuda. E a sociedade brasileira atendeu. Como parte o coração ver aquelas pessoas – prato cheio para a mídia – nos contando que perderam o que construíram em toda uma vida. Não possuem mais local para morar, dependem da ajuda dos outros para se alimentarem, se vestirem, beberem água. Ninguém deveria ter que passar por tal situação. Mas sempre deveria haver pessoas prontas para ajudá-las, quando a situação, infelizmente, o exigir.
Vi a notícia de que, temporariamente, as doações de alimentos e água não devem ser enviadas ao Estado afetado pela enchente. Não há espaço para armazenar, tamanha as doações dos últimos dias.
Três vivas à solidariedade do povo brasileiro!
Mas minha cabeça, que foi feita para pensar, martela a seguinte pergunta: O povo brasileiro é, realmente, solidário?
A enchente em Santa Catarina já deixou vários mortos, mais de uma centena, número que não chega nem perto dos mortos pela fome, não só no Nordeste, mas em todo o país. Milhares são os desabrigados no Estado, enquanto são milhões os que não têm onde morar em todo o território Nacional. O medo de que as epidemias se alastrem pelo território Catarinense por causa do acúmulo de água, não é nada comparado aos mais temíveis insetos e animais peçonhentos de terno e gravata que estão por aí a matar os outros, tirando-lhes saúde, alimentação, educação, por causa do acúmulo de dinheiro alheio. Estes sim, são os verdadeiros causadores de doenças.
Não é apenas Santa Catarina, o país todo precisa de uma detetização.
Vi na parada de ônibus uma senhora dizendo da sensação ruim que é sentir-se impotente, sem poder ajudar àquelas pessoas. Em minha mente só vinha a visão da mesma senhora passando reto, fingindo não ver a mão estendida na calçada da rua de um pedinte (sabe lá Deus se pede para alguma necessidade básica ou não): Invisibilidade Social. Mas aquele pedinte não passou na Globo. Nem no TeleTon, nem no Criança Esperança. Renato Aragão não pediu por ele, nem podíamos ver a nenhum show do artista mais famoso da última semana.
É compreensível.
Não há nada de abominável em ser vulnerável à natureza. Sempre fomos seus dependentes. Se não fosse ela, nem estaríamos aqui mesmo! O abominável está em sermos dependentes de nossos representantes, que a cada novo dia nos afoga em banhos d’água fria, pior do que qualquer enchente, seja aumentando seus próprios salários, viajando e dando festas com o dinheiro público, criando novos impostos e novas Medidas Provisórias a cada semana. Medidas essas que dão maior poder a quem as aplica do que o poder Moderador, tão criticado, caso o fosse dado ao herdeiro do trono brasileiro. Todas as cabeças foram feitas para pensar, mas nem todos querem ver todas as cabeças pensando. Pois é aí onde finca guarida a ruína deles.
Lembremos do povo Catarinense, que nos pede socorro agora. Mas não nos esqueçamos do povo brasileiro que está rouco de gritar pelo mesmo socorro, sem nunca receber a ajuda que chegou às pressas e em poucos dias aos sulistas. Da mesma forma que a fome e a saúde não podem esperar num canto, não podem esperar em outro. Mas se for para ajudar, que ajudemos de forma que não se torne uma indústria de votos. O político que é eleito através da miséria dos outros, é o mais deprimente. Que tal dar o Bolsa Família aos membros do governo e aumentar em 100% o salário dos brasileiros? O Brasil está “vacinado contra a crise” mesmo...
A natureza está de volta com uma nova e arrepiante surpresa. Uma enchente aqui, um tornado ali, uma tsunami acolá, e assim vamos percebendo o quanto ainda somos vulneráveis às suas vontades.
Santa Catarina pediu ajuda. E a sociedade brasileira atendeu. Como parte o coração ver aquelas pessoas – prato cheio para a mídia – nos contando que perderam o que construíram em toda uma vida. Não possuem mais local para morar, dependem da ajuda dos outros para se alimentarem, se vestirem, beberem água. Ninguém deveria ter que passar por tal situação. Mas sempre deveria haver pessoas prontas para ajudá-las, quando a situação, infelizmente, o exigir.
Vi a notícia de que, temporariamente, as doações de alimentos e água não devem ser enviadas ao Estado afetado pela enchente. Não há espaço para armazenar, tamanha as doações dos últimos dias.
Três vivas à solidariedade do povo brasileiro!
Mas minha cabeça, que foi feita para pensar, martela a seguinte pergunta: O povo brasileiro é, realmente, solidário?
A enchente em Santa Catarina já deixou vários mortos, mais de uma centena, número que não chega nem perto dos mortos pela fome, não só no Nordeste, mas em todo o país. Milhares são os desabrigados no Estado, enquanto são milhões os que não têm onde morar em todo o território Nacional. O medo de que as epidemias se alastrem pelo território Catarinense por causa do acúmulo de água, não é nada comparado aos mais temíveis insetos e animais peçonhentos de terno e gravata que estão por aí a matar os outros, tirando-lhes saúde, alimentação, educação, por causa do acúmulo de dinheiro alheio. Estes sim, são os verdadeiros causadores de doenças.
Não é apenas Santa Catarina, o país todo precisa de uma detetização.
Vi na parada de ônibus uma senhora dizendo da sensação ruim que é sentir-se impotente, sem poder ajudar àquelas pessoas. Em minha mente só vinha a visão da mesma senhora passando reto, fingindo não ver a mão estendida na calçada da rua de um pedinte (sabe lá Deus se pede para alguma necessidade básica ou não): Invisibilidade Social. Mas aquele pedinte não passou na Globo. Nem no TeleTon, nem no Criança Esperança. Renato Aragão não pediu por ele, nem podíamos ver a nenhum show do artista mais famoso da última semana.
É compreensível.
Não há nada de abominável em ser vulnerável à natureza. Sempre fomos seus dependentes. Se não fosse ela, nem estaríamos aqui mesmo! O abominável está em sermos dependentes de nossos representantes, que a cada novo dia nos afoga em banhos d’água fria, pior do que qualquer enchente, seja aumentando seus próprios salários, viajando e dando festas com o dinheiro público, criando novos impostos e novas Medidas Provisórias a cada semana. Medidas essas que dão maior poder a quem as aplica do que o poder Moderador, tão criticado, caso o fosse dado ao herdeiro do trono brasileiro. Todas as cabeças foram feitas para pensar, mas nem todos querem ver todas as cabeças pensando. Pois é aí onde finca guarida a ruína deles.
Lembremos do povo Catarinense, que nos pede socorro agora. Mas não nos esqueçamos do povo brasileiro que está rouco de gritar pelo mesmo socorro, sem nunca receber a ajuda que chegou às pressas e em poucos dias aos sulistas. Da mesma forma que a fome e a saúde não podem esperar num canto, não podem esperar em outro. Mas se for para ajudar, que ajudemos de forma que não se torne uma indústria de votos. O político que é eleito através da miséria dos outros, é o mais deprimente. Que tal dar o Bolsa Família aos membros do governo e aumentar em 100% o salário dos brasileiros? O Brasil está “vacinado contra a crise” mesmo...
São Miguel, Santo Expedito, Santa Maria Mãe de Deus e todos os santos que possam existir, ajudem Santa Catarina, que neste fim de texto é apenas um eufemismo para um país chamado Brasil.
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